FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Reabilitação Fonoaudiológica em Câncer de cabeça e pescoço







O principal objetivo da fonoterapia em câncer de cabeça e pescoço será a reabilitação da deglutição, já que esta implica na manutenção da vida.

A fonoaudiologia atua em três momentos que seriam na orientação pré-operatória, no pós-operatório imediato e na reabilitação propriamente dita.

Na reabilitação fonoaudiológica utilizamos as terapias indiretas que baseiam-se em exercícios para melhorar o controle do bolo alimentar na fase preparatória oral, exercícios para estimular a fase faríngea e exercícios para aumentar a proteção das vias aéreas superiores. As terapias diretas envolvem a modicação da dieta, o posicionamento do alimento na cavidade oral e introdução de manobras facilitadoras de deglutição.

O tipo de consistência e a quantidade de alimento utilizado na terapia na terapia direta irá variar de acordo com as alterações. A consistência líquida é geralmente indicada quando há alteração na manipulação do bolo alimentar, dificuldade no trânsito oral ou faríngeo e dificuldade na abertura do esfíncter esofágico superior.

A consistência líquida-pastos é usada quando ocorre alteração na manipulação do bolo, dificuldade no trânsito oral e faríngeo, refluxo nasal e alteração no fechamento laríngeo. A consistência pastosa é proposta quando há incontinência oral, alteração no controle motor oral, refluxo nasal, alteração no fechamento laríngeo, atraso no início da fase faríngea e dificuldade de abertura do EES.

A consistência sólida é indicada quando existe alterações de fechamento laríngeo e quando há atraso no início da fase faríngea.

Autora: Patrícia Marques de Oliveira, Disfagia Mecânica, Livro de Fonoaudiologia, Editorial Pulso.

Lesões Laríngeas




As laringectomias são procedimentos cirúrgicos realizados para exerese de tumores de laringe, nos quais toda (laringectomia total) ou parte (laringectomia parcial) da laringe é removida. A principal indicação para uma laringectomia é a presença de lesões neoplásicas. Outras indicações mais raras correspondem a traumas laríngeos, estenoses ou aspirações intratáveis clinicamente.

LARINGECTOMIAS PARCIAIS

As laringectomias parciais são ressecções cirúrgicas da região faríngea e laríngea que procuram controlar os tumores malignos, enquanto preservam as funções vocais e de deglutição. Estes procedimentos são principalmente as hemilaringectomias (parciais verticais) e laringectomias supraglóticas (parciais horizontais).

As laringectomias parciais verticais envolvem uma série de cirurgias que vão desde a remoção de uma prega vocal, até ressecções maiores, como as laringectomias frontolaterais e as hemilaringectomias.

As cirurgias parciais verticais em sua maioria não geram distúrbios na deglutição, sendo que os poucos casos que apresentam aspiração por causa da deficiência de coaptação, apresentam bom prognóstico para reabilitação.

As laringectomias supraglóticas são ressecções que envolvem as falsas pregas vocais, as pregas ariepiglóticas, epiglote, isto é, todas as estruturas acima da prega vocal até a epiglote, comprometendo a função laríngea de proteção da via aérea inferior durante a deglutição. As pregas vocais serão o único mecanismo de proteção existente após esta cirurgia. A maioria dos pacientes submetidos ás laringectomias supraglóticas irão apresentar disfagias pós-cirúrgias, apresentando aspirações durante a deglutição principalmente com alimentos líquidos.

A presença de traqueostomia temporária após as cirurgias parciais é outro fator mantenedor da disfagia, pois promove a redução da excursão da laringe no pescoço, diminuição do fluxo respiratório, dessensibilização da laringe e fechamento incoordenado da mesma.

LARINGECTOMIAS TOTAL

A laringectomia total é um procedimento cirúrgico que promove a separação dos tratos alimentares e respiratórios. Envolve a remoção de todas as cartilagens laríngeas, bem como todos os músculos. Geralmente inclui também a remoção do osso hióideo, dos músculos do pescoço e de uma ou mais cartilagens da traquéia, sendo esta recolocada anteriormente na linha média do pescoço e suturada neste local (traqueostoma definitivo).

Os riscos para aspiração são pequenos, porém podem ocorrer algumas dificuldades para deglutir devido às cicatrizes na base da língua e faringe causando estase de alimentos nesta região. Podemos observa ainda, que os mecanismos que participam na abertura do esfíncter esofágico superior estarão alterados causando estenose e/ou hipertonia.

A aspiração só ocorrerá em casos de fístulas pós-cirurgicas que comuniquem a faringe com traquéia e/ou esôfago e tráqueia.

Autora: Patrícia Marques de Oliveira, Disfagias Mecânicas, Livro de Fonoaudiologia, Editorial Pulso.