FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Disfagia Infantil




A alimentação é vital em qualquer idade, quando ofertada e aceita corretamente propicía o bom desenvolvimento neuropsicomotor, adequado crescimento físico e aquisição de resistência imunológica.

No período neonatal a alimentação é uma atividade complexa que demanda eficiente coordenação entre sucção, deglutição e respiração. Os recém-nascidos pré-termo (RNPT- idade gestacional abaixo de 37 semanas  segundo a OMS- Organização Mundial de Saúde) comumente apresentam incoordenação entre estas atividades.

Desordens alimentares e disfagia são problemas comuns que aparecem em prematuros. Os recém-nascidos à termo apresentam os reflexos de procura, sucção e deglutição dentro da normalidade e aprendem a associar a sucção/deglutição, durante a amamentação, com a satisfação dos desejos, a saciação e o prazer do contato com a mãe. O RNPT frequentemente não utiliza os reflexos, acima citados, para facilitar na captação e ingestão do alimento e, ao invés de experiênciar sensações prazerosas associadas à alimentação, vivência situações aversivas como a intubação. a aspiração pulmonar e o uso de via alternativa de alimentação, podendo ocasionar em recusa alimentar.

O estado nutricional de uma criança, ao nascer, varia de acordo com as condições de vida intra-uterina as quais esteve submetida. O ínicio da alimentação deve ser o mais precoce possível, assim que as condições clínicas o permitam. O leite materno é o mais indicado, mas na impossibilidade do uso deste, lança-se mão de fórmulas especiais para prematuros.

DIFERENÇAS ANATÔMICAS ENTRE BEBÊS E CRIANÇAS/ADULTOS

  1. A cavidade oral é menor no bebê;
  2. A mandíbula no bebê é menor e levemente retraída;
  3. Os bebês possuem bochechas com almofadas de gordura, mas que desaparecem aos 4 ou 6 meses de vida;
  4. A língua do bebê ocupa um espaço relativamente maior da cavidade oral, devido á retração da mandíbula e a presença das almofadas de gordura;
  5. A língua, o palato mole, a faringe e a laringe estão elevadas na infância facilitando a respiração nasal durante a deglutição.
  6. Recém- nascidos preferem respiração nasal;
  7. A epiglote e o palato mole estão mais aproximados no RN atuando como mecanismo de proteção.
DISTÚRBIOS DA DEGLUTIÇÃO

Diferentes enfermidades que ocorrem na gravidez e no parto podem estar relacionadas com os quadros disfágicos nos bebês. São consideradas por Perlman e Debrieu(1997) como antecedentes de risco para disfagia, os seguintes quadros: infecção congênita; uso de drogas pela mãe; anomalias craniofaciais; idade gestacional inferior a 37 semanas; peso ao nascer inferior a 1500g e/ou pequeno para a idade gestacional; asfixia peri-natal com apgar entre 0 a 4 no primeiro minuto e/ou 0 a 6 no quinto minutos; distúrbios metabólicos da gestante e do RN; ventilação mecânica por mais de 10 dias; meningite; infecções nasais e pulmonares, doenças pulmonares, anomalias do sistema respiratório; distúrbios neurológicos; refluxo gastroesofágico, distúrbios funcionais digestivos; anomalias do aparelho digestivo, intubação orotraqueal ou gátrica prolongada; aliemntação inadequada.

Autora: Iamara Jacintho de Azevedo Rios e Paula Caleffi, Disfagia Infantil, Livro de Fonoaudiologia, editora Pulso.

2 comentários:

  1. muito boa as explicações. meu bebe tem 50 dias de vida e apresentou desde o nascimento uma tendência a broncoaspiração. ele deixa o leite passar para a traqueia. Já fez videodeglutograma e endoscopia e constatou a penetração do leite na traquéia. estamos saido da uti e buscando acompanhamento de fono especializada nesse caso. vc indica hospital ou clínicas ou profissionais com experiência com crianças com essa dificuldade.

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    1. Olá Daniel Graco! Meu filho broncoaspira a saliva então se alimenta por sonda. Ele ainda está na UTI. Seu filho na época teve alta com sonda ou se alimentava normalmente?

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