FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Tratamento AVC

Podemos dividir, do ponto de vista didático, o tratamento em diferentes fases. Neste momento discutiremos as fases aguda e crônica envolvendo aspectos suportivos e o tratamento específico, além de alguns aspectos da profilaxia.

FASE AGUDA

Na fase aguda, a primeira parte do tratamento diz respeito ao manuseio de uma emergência médica, potencialmente grave ou já desde a sua instalação, com instabilidade. Deve-se obter com informante ou o próprio paciente, informações sobre o início preciso do quadro, os sinais e sintomas envolvidos e a evolução dos mesmos desde a sua instalação. No caso de paciente já gravemente enfermo, os cuidados com via aérea, respiração, parâmetros hemodinâmicos são os iniciais, ao mesmo tempo em que se avalia o quadro neurológico. Existem várias escalas para avaliação do AVC na sua fase aguda, no entanto pela facilidade de sua aplicação e pelo seu amplo conhecimento entre os profissionais de saúde, a Escala de Coma ,embora destinada aos pacientes vítimas de trauma, é frequentemente  utilizada.

A ingestão de alimentos – dieta - principalmente via oral, deve ser  interrompida na fase aguda e reestabelecida posteriormente, a depender do nível de consciência e da presença ou não de disfagia. Sonda nasoentérica, gastrostomia, jejunostomia via endoscópica ou convencional, ou ainda dieta parenteral são condições avaliadas caso a caso.

Uma vez estabelecida via aérea adequada e caso o padrão respiratório seja satisfatório, não há necessidade de fornecimento suplementar de oxigênio. Dependendo do nível de consciência (usualmente ECG<8) e do padrão respiratório, deve-se instituir entubação e ventilação mecânica.


Em relação ao AVC hemorrágico, a abordagem terapêutica mais comumente empregada é o tratamento cirúrgico de hematomas intracranianas e a clipagem ou embolização de aneurismas cerebrais. 


FASE CRÔNICA
O tratamento da fase crônica necessita muitas vezes de uma equipe multidisciplinar, envolvendo médico, fisioterapeuta, fisiatra, fonoaudiólogo, nutrocionista, nutrólogo, psicólogo, terapêuta ocupacional e outros. Alguns pontos importantes serão salientados a seguir.

A disfagia é de difícil abordagem terapêutica sendo útil o auxílio de um fonoaudiólogo. Melhor terapêutica usualmente é possível após uma investigação clínica do sintoma, e de propedêutica como o videodeglutograma.

Ver imagem em tamanho grande Medidas simples como mudanças dietéticas e do hábito alimentar podem auxiliar no problema, e em alguns casos, o emprego de sondas, ostomias e até procedimentos radicais como desconexão esôfago-traqueal nos casos de ocorrência de pneumonia aspirativa recorrente.  
 
Os déficits de linguagem envolvem geralmente a disartria e a afasia, para os quais, tratamento fonoaudiológico é geralmenteindicado.

Os distúrbios esfincterianos geralmente se manifestam por incontinência em pacientes com seqüelas graves. Avaliação urológica clínica e complementar (urodinâmica) pode ser útil. 

Déficits cognitivos resultando em Demência vascular podem ocorrer pois lesões focais, ou mais comumente, de repetição. Outras condições como parkinsonismo vascular são mais raras.

Epilepsia secundária a AVC ocorre em cerca de 20% dos casos, merecendo abordagem semelhante às outras causas de epilepsia. Vale a pena salientar a maior sensibilidade da população idosa às drogas anti-epilépticas, que são então, usualmente utilizadas em doses inferiores às habituais.

Fonte: Clique Aqui

Saiba mais sobre o AVC

 Sinais que mostram que uma pessoa pode estar tendo um derrame:

* Fraqueza ou paralisia de um lado do corpo;
*  Dificuldade de equilíbrio – para ficar em pé, andar ou sentar sozinho;
* Dificuldade para enxegar – perda da
visão de um olho ou dificuldade para ver claramente com os dois olhos;
*  Dificuldade para se comunicar – falar “enrolado” e ter dificuldade para entender o que os outros estão falando;
* Confusão mental – perda de memória e dificuldades para fazer coisas que conhece;
* Dor de cabeça forte, de repente e sem motivo, seguida de vomito, sono ou estado de coma.

O que fazer no momento em que acontece o derrame?
* É importante que a pessoa possa respirar;
* Deve ser deitado de lado, com o travesseiro baixo e o pescoço esticado;
* Se usar dentadura, esta deve ser retirada;

* A pessoa deve ser levada ao Pronto Socorro imediatamente;*
* Não dê
remédio sem orientação médica.


Cuidados e providências:

avc1MD.jpgO cuidador deve saber que ajudar o doente não é fazer as coisas por ele. é importante que as pessoas que tiveram derrame sejam capazes de usar mais o lado “bom”, enquanto o lado “doente”está melhorando.


Nos primeiros meses, o mais comum que pode acontecer com o doente é o seguinte:
* COMUNICAÇÃO: dificuldades para conversar e para entender o que lhe falam;


*  ALIMENTAÇAO E LIMPEZA DA BOCA: dificuldade para engolir, mastigar, levar o alimento à boca e para escovar os dentes;
* ANDAR E FAZER MOVIMENTOS: necessidade de ajuda para se vestir, ir ao banheiro, tomar banho, comer e outras.
* ESCARAS (feridas na pele): por ficar muito tempo sentado ou deitado na mesma posição. Portanto, é preciso lavar a pele com muito cuidado, não esfregar a pele ao limpar e se a pele estiver ressecada pode originar feridas.

 
Como ajudar?

–COMUNICAÇÃO:
Às vezes, a confusão e o nervosismo que a pessoa sente nos primeiros dias pode impedi-la de falar ou entender. Então é preciso não forçar o dente a grandes respostas. Perguntar apenas o que ele possa responder com a cabeça. Nesse momento são muito importantes a solidariedade e a paciência. Se puder peça para que ele escreva; se ele não puder escrever, faça perguntas que ele possa responder com sinais, fazendo sim ou não com a cabeça.

-ALIMENTAÇÃO:
Comer e beber pode ficar difícil após o derrame. Às vezes os músculos de um dos lados do rosto e a língua estão prejudicados. Até para engolir o paciente sente dificuldade e pode engasgar-se.

- oferecer alimentos que facilitem a digestão;
- usar pouco sal;
- cozinhar com pouca gordura;
- oferecer líquidos várias vezes ao dia para evitar a ocorrência de desidratação;
- escolher alimentos que ajudem o intestino a funcionar;
- oferecer líquidos com uma colher, aos poucos, deixando a pessoa sentada e com o corpo reto;
- logo que a pessoa melhore, dar pequenas bocadas de comida amassada, colocando o alimento do lado melhor da boca;
- se a boca ficar torta, o uso da dentadura ou de ponte fica difícil. Nesse caso, procure um dentista para fazer uma nova dentadura. Procure não deixar o doente sem a dentadura, pois terá dificuldade para comer e falar.