FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Disfagias Mecânicas





Podemos definir disfagia como um prejuízo na transferência do bolo alimentar(nutrição e hidratação) da boca até o estômago. Estas alterações podem envolver as fases oral, faríngea e esofágica da deglutição. Os sintomas associados a este prejuízo podem ser sutis ou dramáticos.

Várias são as condições e doenças que causam transtornos da deglutição. Optmos por descrever as dificuldades na deglutição decorrentes de cirurgi de cabeça e pescoço, uma vez que a grande maioria de ocorrência das disfagias mecânicas são consequências de neoplasias de câncer de cabeça e pescoço.

A disfagia decorrente de cirurgia de cabeça e pescoço é denominada disfagia orofaríngea de origem mecânica, ou seja, dificuldade de deglutição que ocorre por perda do controle do bolo alimentar devido à falta das estruturas necessárias para completar uma deglutição normal.
As cirurgias de cabeça e pescoço são realizadas como tratamento para câncer de laringe, faringe e boca.

O câncer da laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2 % de todas as doenças malignas. Aproximadamente 2/3 desses tumores surgem na prega vocal verdadeira e 1/3 acomete a laringe supraglótica. Os sintomas nestes casos são indicativos da localização da lesão. Sendo assim, na laringe, odinofagia(dor para engolir) está relacionado a tumor supraglótico, que pode apresentar ainda alterações da voz e disfagia leve; disfonia (rouquidão) refere-se a tumor glótico e disfonia e dispnéia a tumores subglóticos. O prognóstico dessa doença depende fundamentalmente  da precocidade do diagnóstico e do tipo de tratamento inicial realizado.

As principais sequelas fonoaudiológicas´pós tratamento seriam pequenas alterações na deglutição em resseções parciais sendo que em cirurgias maiores apresentam difuculdades na vedação labial podendo ocorrer escape de saliva e de alimentos e dificuldade em manter a pressão intra-oral.

Autora: Patrícia Marques de Oliveira, Disfagia Mecânicas, Livro de Fonoaudiologia, editorial pulso.

Disfagia Infantil




A alimentação é vital em qualquer idade, quando ofertada e aceita corretamente propicía o bom desenvolvimento neuropsicomotor, adequado crescimento físico e aquisição de resistência imunológica.

No período neonatal a alimentação é uma atividade complexa que demanda eficiente coordenação entre sucção, deglutição e respiração. Os recém-nascidos pré-termo (RNPT- idade gestacional abaixo de 37 semanas  segundo a OMS- Organização Mundial de Saúde) comumente apresentam incoordenação entre estas atividades.

Desordens alimentares e disfagia são problemas comuns que aparecem em prematuros. Os recém-nascidos à termo apresentam os reflexos de procura, sucção e deglutição dentro da normalidade e aprendem a associar a sucção/deglutição, durante a amamentação, com a satisfação dos desejos, a saciação e o prazer do contato com a mãe. O RNPT frequentemente não utiliza os reflexos, acima citados, para facilitar na captação e ingestão do alimento e, ao invés de experiênciar sensações prazerosas associadas à alimentação, vivência situações aversivas como a intubação. a aspiração pulmonar e o uso de via alternativa de alimentação, podendo ocasionar em recusa alimentar.

O estado nutricional de uma criança, ao nascer, varia de acordo com as condições de vida intra-uterina as quais esteve submetida. O ínicio da alimentação deve ser o mais precoce possível, assim que as condições clínicas o permitam. O leite materno é o mais indicado, mas na impossibilidade do uso deste, lança-se mão de fórmulas especiais para prematuros.

DIFERENÇAS ANATÔMICAS ENTRE BEBÊS E CRIANÇAS/ADULTOS

  1. A cavidade oral é menor no bebê;
  2. A mandíbula no bebê é menor e levemente retraída;
  3. Os bebês possuem bochechas com almofadas de gordura, mas que desaparecem aos 4 ou 6 meses de vida;
  4. A língua do bebê ocupa um espaço relativamente maior da cavidade oral, devido á retração da mandíbula e a presença das almofadas de gordura;
  5. A língua, o palato mole, a faringe e a laringe estão elevadas na infância facilitando a respiração nasal durante a deglutição.
  6. Recém- nascidos preferem respiração nasal;
  7. A epiglote e o palato mole estão mais aproximados no RN atuando como mecanismo de proteção.
DISTÚRBIOS DA DEGLUTIÇÃO

Diferentes enfermidades que ocorrem na gravidez e no parto podem estar relacionadas com os quadros disfágicos nos bebês. São consideradas por Perlman e Debrieu(1997) como antecedentes de risco para disfagia, os seguintes quadros: infecção congênita; uso de drogas pela mãe; anomalias craniofaciais; idade gestacional inferior a 37 semanas; peso ao nascer inferior a 1500g e/ou pequeno para a idade gestacional; asfixia peri-natal com apgar entre 0 a 4 no primeiro minuto e/ou 0 a 6 no quinto minutos; distúrbios metabólicos da gestante e do RN; ventilação mecânica por mais de 10 dias; meningite; infecções nasais e pulmonares, doenças pulmonares, anomalias do sistema respiratório; distúrbios neurológicos; refluxo gastroesofágico, distúrbios funcionais digestivos; anomalias do aparelho digestivo, intubação orotraqueal ou gátrica prolongada; aliemntação inadequada.

Autora: Iamara Jacintho de Azevedo Rios e Paula Caleffi, Disfagia Infantil, Livro de Fonoaudiologia, editora Pulso.

Disfagia: Dificuldade na Deglutição

                    


A disfagia é a dificuldade ou ausência da deglutição, ou seja, ato de engolir alimentos ou até mesmo a saliva. Pode ocorrer em diferentes fases da vida, por diversos motivos, mas costuma ser mais comum em idosos, podendo trazer sérias conseqüências à saúde.

Na disfagia ocorre um desvio do alimento ou da saliva, obstruindo parcialmente ou em alguns casos completamente as vias respiratórias. Esse desvio muitas vezes é facilitado pelo envelhecimento natural das estruturas miofuncionais envolvidas neste ato motor (lábios, língua, bochechas, palato mole, etc.).

Além do envelhecimento das estruturas, existem outras possibilidades para o surgimento deste transtorno: o acidente vascular cerebral (derrame), traumatismo craniano, doenças degenerativas (ex. Parkinson e Alzheimer), paralisia cerebral, câncer de cabeça e pescoço, próteses dentárias mau adaptadas, refluxo gastroesofágico grave e após longos períodos de entubação.

 

É importante destacar que a disfagia, provoca problemas emocionais, isolamento social, desidratação, desnutrição, pneumonia e risco de morte por asfixia.

Durante a alimentação existem sinais que podem estar indicando desconforto durante a alimentação. Fique atento a qualquer dos sinais abaixo:

Tosse

“Voz molhada”: é uma alteração na voz do paciente que indica secreção nas cordas vocais. É a voz que costuma ocorrer após o engasgo.

Dificuldades respiratórias: perder o fôlego, respirar mais profundamente, respiração ofegante, parada respiratória.

Sonolência: apresentada durante a alimentação. Fazendo com que o paciente modifique o seu grau de atenção.

Sudorese: suor intenso durante a alimentação.

Ao perceber esses sinais ou,então, outros que não são comuns, informe seu médico e o fonoaudiólogo. Na presença de qualquer dúvida, ou qualquer acontecimento que não julgue normal, o fonoaudiólogo deverá ser informado e questionado.


                                                                                                 Fonte: Silvério, Cola & Silva (2006)